Hardwired... to Self-Destruct - Metallica (2016)

E depois de anos de uma impaciente espera, finalmente o Metallica lançou um novo álbum. Desde 2008 sem nenhum lançamento, os gigantes do Thrash Metal deram as caras com um lançamento que sem dúvidas traz o máximo que o quarteto pode oferecer nos dias atuais. Abordando conceitos profundos e sonoridade bem trabalhada, a banda de James Hetfield e Lars Ulrich simplesmente lançou aquele que é o melhor lançamento desde o clássico Black Album de 1991.
Confesso que demorei para engolir o disco. Hardwired... to Self-Destruct Ã© talvez um álbum de difícil digestão, ainda mais levando em conta os traumas recentes que a banda deixou em seus fãs. St. Anger e Death Magnetic foram álbuns sofríveis e fizeram muitos preferirem que o Metallica se abstivesse de lançar algo novo. Mas a banda jamais teve medo ou vergonha de seu trabalho, e por isso se lançou em estúdio e, de uma maneira no mínimo inesperada, lançou sim um novo álbum, que deixou para trás os últimos discos e deu vida nova a banda.

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Depois de ouvir umas três vezes enfim entendi toda a proposta de H...tS-D. Podemos ver que a banda trouxe um trabalho muito influenciado por... ela mesma. Sim, o Metallica usou seu passado inspirado para compor esse novo trabalho, e deu certo isso. Temos muitas coisas de ...And Justice for All  e do álbum homônimo, além de trazer algumas faixas que apostam na velocidade crua de Kill 'em All. Alias a isso, temos a receita tradicional dos grandes clássicos da banda, que apostam em refrões extremamente fortes e que são marcantes desde a primeira audição, gostando ou não da música.

O trabalho instrumental não é genial, mas temos a apresentação de grandes riffs que mostram o poder de fogo variado da banda. Desde palhetadas ligeiras para conduzir o galope nos andamentos mais Thrash Metal ou pegadas mais carregadas em groove até passagens mais focadas em melodias entre as duas guitarras. As poucas coisas que fizeram falta foram talvez uma música no estilo Fade to Black, Welcome Home... Sanitarium, com um início limpo seguido de uma passagem conduzida por riffs geniais e pesados.

Enquanto os riffs de Hetfield sempre foram elogiados, os solos de Kirk Hammet são constantes alvos de críticas. Neste álbum, o guitarrista solo do Metallica apresenta seus mesmos vícios, mas surpreende em outros momentos, mostrando certa versatilidade hora ou outra. Dos instrumentistas, é o que menos se destaca nessa gravação para mim, inclusive sendo deixado para trás por Robert Trujillo, que venceu a maldição do primeiro álbum (tal como Jason Newsted, seu debut em estúdio com o Metallica foi praticamente inexpressivo. ...AJFA e Death Magnetic tiveram as linhas de baixo praticamente zeradas) e apresentou linhas que fazem seu baixo falar alto, inclusive se destacando em algumas passagens. A maior surpresa, no entanto, fica por conta de Lars, que apresenta uma baterista consistente e rápida em diversos momentos, sem ficar para trás nos riffs mais acelerados da banda.

O vocal de James Hetfield não compromete, mas me agradou mesmo apenas na última música do disco, Spit Out the Bone, onde canta com uma voz agressiva e mais suja, diferente das outras faixas do álbum. Esta inclusive é para mim, a maior surpresa do disco. Os singles Hardwired, Moth into Flame e Atlas, Rise! conduzem o ótimo começo do álbum, que chama a atenção do ouvinte em todas as faixas, mas nem todas mantém
Aliás, a parte letrística também é um tópico a se levantar. A banda abordou temas densos e retratou cada letra com um video-clipe. Isso mesmo, todas as faixas de Hardwired possuem video-clipe. Desde simplesmente takes da banda executando a canção ou em estúdio gravando até animações em homenagem a Lemmy Kilmister e histórias bizarras, está tudo no YouTube da banda, e consequentemente, estourando nos canais dedicados a transmitir clipes do momento.

Aliás, a parte letrística também é um tópico a se levantar. A banda abordou temas densos e retratou cada letra com um video-clipe. Isso mesmo, todas as faixas de Hardwired possuem video-clipe. Desde simplesmente takes da banda executando a canção ou em estúdio gravando até animações em homenagem a Lemmy Kilmister e histórias bizarras, está tudo no YouTube da banda, e consequentemente, estourando nos canais dedicados a transmitir clipes do momento.

Por fim, podemos concluir que este lançamento do Metallica é equilibrado. Dividido em dois discos, cada um com seis faixas, No primeiro, como já mencionei, o destaque fica para os singles, mas Dream No More também tem seu brilho. Já na segunda parte, ManUNkind, Here Comes Revenge e a faixa final chamam mais atenção, fechando o que eu posso dizer que, mais da metade está, no mínimo, acima da média, enquanto o resto apenas não incomoda. Destas que se destacam, elevo Moth into Flame e Spit Out the Bone como potenciais clássicos da banda, enquanto Hardwired e Atlas, Rise! seguem um pouco atrás nessa mesma tendência.

TRACKLIST 

DISCO 1

01 -Hardwired
02 - Atlas, Rise!
03 - Now That We're Dead
04 - Moth Into Flame
05 - Dream No More
06 - Halo on Fire

DISCO 2
01 - Confusion
02 - ManUNkind
03 - Here Comes Revenge
04 - Am I Savage?
05 - Murder One
06 - Spit Out The Bone

Postado originalmente n'O SubSolo
http://www.osubsolo.com/2016/11/resenha-hardwired-to-self-destruct.html
Por: Vinicius Saints